Lyrics of 'Axé (part. Djonga e BK)' by Dfideliz

Se cês soubessem o quanto de dinheiro eu fiz só sendo preto
E o louco que seria o dobro se eu fosse branco
E eu vejo eles ficando puto só porque eu sou preto
E hoje os que me dão dinheiro são filho de branco
E a filha do racista que me chama no Instagram
Pergunta, preto, o que cê vai fazer amanhã?

E eu falo que não vou fazer nada pra ver o final
E elas falam, vem em casa, meu pai vai trampar amanhã
E ainda são aventureira e nem sabe onde se metem
Só sabe porque a amiga falou que a gente mete mó bem
Café da manha é bacon com omelete

E a empregada preta fala, filho, cê tá se sentindo bem?
E eu descobri que ela é mãe de um amigo
Inclusive tá preso há dois ano e tá saindo
Irmão, tô te esperando pra gente roubar a cena
Seu filho já tá crescido, inclusive ele tá lindo, mó saudade!

Desacredita procê ver quem que é o poder
E eu sei que cê já passou muitas noites sem dormir
Axé pra candomblé, eu sou umbanda memo
A minha fé a sua cor se dedicou pra destruir
Amém, meu pai Oxóssi, eu sou rei, ô Djonga, cê é rei
BK, você é rei e eu tô aqui
Cê sabe, amo vocês, nós vai ser nós pra sempre
Isso aí só nós entende e foda-se pelo que vim

Nós usa as coisa porque nos precisa
Porque agora pode ter
Nunca fez falta e agora eu quero tanto
Tipo essa gente que me cerca e paga pra me ver
Me quer no privê
Não quis rezar e ainda quer o poder do manto, sagrado
Bala comia e eu via minha mãe pela treta
Onde cês tava quando era as droga na gaveta
Dinheiro vem neguin atravessa a ponte
O que essa paty tanto tem que 'cês não vê nas preta

Djonga não lacra, Djonga abre caminho
Faço nascer a consciência que ela é necessária
Tô torcendo pra que seja de parto natural
Mas se for o caso com minhas rimas cirúrgica eu faço cesária
Ouvi dizer que a riqueza tá nos detalhe
Será que é por isso que o jovem pobre faz cortinho na sobrancelha?
O seu fetiche é que eu seja fantoche
É clichê mas quem nasceu pra ser pastor não vira ovelha
É, a vida é roda gigante, irmão
Jorge não vai rouba pra ter os pisante não
Sejamos Zumbis dos Palmares não de Walking Dead
Enquanto uns pede o som do momento eu faço o som que o momento pede

E ela vem achando que essa porra é Disney
Fala gíria, diz nem só pra tentar se envolver
E ela vem achando que essa porra é filme
E o pai sem pulso firme, nós vamos brincar um pouco e depois devolver
Ela sobe e desce no pau, finge que é montanha-russa
Cocaína, se derrama, mete a fuça
Volta pro condomínio, amiga diz que ela é maluca, pronta

Olha a vida louca descolada da turma, ahn
Se ficar grávida o pai paga a clínica
O mesmo que votou em Bolsonaro que fala, aborto é pecado
Hey, galera cínica
Mas não tem problema se o filho for de preto favelado
Os cria taca nas branca, fala que é vingança
Não tão nem aí se falam que é palmitar
EI, os playboy comprar as roupa, as gíria, faz trança
Não tão nem aí, faz de tudo pra imitar, hey
Diz que gosta do FP, do trem, da bala

Na semana nenhum papo, nem fala
Final de semana veste a fantasia
Não é porque cês babam ovo dos cria que cês são cria
Vem falando de balão, mas sumindo igual padre nele
Falando de copão, nós mó corpão dentro da Blaze
Acha meu sofrimento diversão, se acha a salvação
Quer rimar a minha vida, mas tem minha vida não (não, não, não)

E olhos que me condenam todo dia
Cê precisa ver um episódio dessa merda
Vejo o ódio me condenar todo dia
O novo episódio sempre a mesma merda
Vocês quer fingir que é nós, nós não ia aguentar ser nós
Nem viu de onde nós veio, para que tá feio
Eu sei que tu chora quando se olha no espelho