Por muitas vezes troteando na volta de um tropeada
Numa casa abandonada banco o cavalo e boleio
De pronto afrouxo o arreio, as vezes até desencilho
De travesseiro o lombilho conforme a folga sesteio
Quincha rompida do tempo, janela sem a vidraça
A porta aberta a quem passa num convite pra chegar
Tapera que já foi lar, hoje atirada ao relento
Peleando de contra o tempo que insiste a te castigar
Eu te venero tapera por teu passado de glória
Tu fazes parte da história, eu te admiro e respeito
Embora este teu jeito de um abandono profundo
Tu fazes parte de um mundo que guardo dentro do peito
Te habitam grilos, morcegos, os sapos lá na cacimba
Casa, tapera ou tarimba, desde os tempos de guri
Vejo tantas por aí, referenciais de assombrações
Que nas noites dos rincões todos tem medo de ti
Contam terrunhas histórias, referente ao teu passado
De um que morreu enforcado, de outro que a china matou
Mas ninguém jamais contou que o teu teto em desalinho
Abrigou muito carinho de alguém que a ti habitou (repete)
Eu te venero tapera por teu passado de glória
Tu fazes parte da história, eu te admiro e respeito
Embora este teu jeito de um abandono profundo
Tu fazes parte de um mundo que guardo dentro do peito
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