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Sou carne de jegue
CEP nordeste
Na peste, o REC aperte
Me teste, Rap do agreste, mete canivete
Oxente, sempre presente
Oriente, sente o repente
Não enfrente arrente e se ausente da frente que os cabra é quente
RJ Nordestino, Nissin, Rapadura, Chino
Se oriente menino que os cabra vão rimar
Orgulho dos severino, misturado com albino
Brasileiro clandestino rimo em qualquer lugar
Oxente se oriente rapaz!
Se aprochegue o som eh esse, se achegue um pouco mais
Vem que vem!
Poesia lapidada em rima, swing carioca junto com a ginga nordestina
A nado rasgo o riacho, me encaixo em fecho de macho
Virado, diacho de baixo, faco quetar o facho do frouxo
Abestado, bucho inchado, sente o chiado
Achado em xaxado, avexado, amuado, roxo no arroxo
Disposição cabra macho
Cascorado de esculacho
No Brasil de cima a baixo
Com saudade vou voltar
Com orgulho em cada passo
Levo amor no meu compasso
Na praia e no cangaço
Do Rio pro Ceará
De Noel a Lampião
De Gonzaga a Jamelão
Do partido alto ao proibidão
Do baião ao repente
Mistura de cultura RAPadura e Oriente
A chapa é quente, sente conectar a mente
Mar com o remo a remar, com a rima a rimar
Jangada do amar (oxente)
Mar com o remo a remar, com a rima a rimar
Jangada do amar (se oriente)
Minha rima à deriva ecoa nas esquinas da Babylon
Do litoral ao sertão, do Oiapoque ao Chuí
Pras mina se divertir, Nissin, RAPadura, Nochi
Tamo ai em todas as partes pra nossa arte evoluir
Os gringo só diz 'oh shit', o cabra só diz 'oxente'
Os gringo põe no repeat, eu digo repete o repente
Como meu 'vôzim', mucuim, que é 'sózim', no confim
Diz pra mim, bem assim, "Ô meu 'fí', tu eh mais doce que alfenim"
Brilho nos olhos poeta, música expressão sincera
Agradeço ao RAPadura aqui por nos iluminar
Vejo a luz da lamparina, que ilumina, disciplina
Oferenda a deusa rima por ela eu vou orar
Papo de futuro, se liga malandro visão de gavião, disposição cem porcento, talento pesadão
Sou Chino de Niterói, bota a conta no meu nome, sujeito homem honro minha bronca no microfone
Quebrando um mói de coentro, no contratempo de dentro
Engolindo vento, adentro, enfrento, lombo jumento
Rápido raio, caio no ensaio, não saio, 'ataio'
Trago ao mangaio, aplauso atraio, remexo balaio
Cada amigo em cada esquina é o que me determina
Fruto de hoje é a sina ir e não querer voltar
O mar vai virar sertão e o sertão virar mar
Essa eh a minha certeza de que o jogo vai virar
Mar com o remo a remar, com a rima a rimar
Jangada do amar (oxente)
Mar com o remo a remar, com a rima a rimar
Jangada do amar (se oriente)
Quando o Oriente rima avexado
Os cabra fica tudo abestado
RAPadura mais duro que carne de jegue cabra
'Cê' para e separa, equivale o que é que vale
Contra-verso controverso, vice e versa, versa vice
Unir verso no universo, to imerso e não disperso
O tempo aqui é precioso, por favor não desperdice
Sabe, se não sabe sobre
Soube aonde o rap, no seu espírito bate, então
Abre a percepção e ouve esse som original
Produto nacional de qualidade
Não gaguejo, eu pelejo e protejo, o som sertanejo
Dom que derrama, aclama, o desejo, lama caranguejo
Da mão sai a escrita viva, sanfona sentida, Gonzaga minha vida
Cantada e contida, viva Patativa
Com cochicho no meu sotaque, de Gonzaga a Tupac
O nordeste é que é mestre, berço do nosso país
Água no meio da seca, lampião na escuridão
O sistema faz agente esquecer nossa raiz
Na atividade eu sou tipo agente Bourne
Que fica com um olho aberto enquanto o outro dorme
Que joga no chão pro santo, e bebe um outro gole
Palavras são o que me resta o que presta da mente storm
Da xilogravura, ao papel, literatura, cordel
Minha escritura apura a altura do céu, pra quentura um chapéu
Mais doce que mel, menestrel, amor fiel, que se apegue
Por inteiro entregue, mais duro que espinhaço de jegue
Mar com o remo a remar, com a rima a rimar
Jangada do amar (oxente)
Mar com o remo a remar, com a rima a rimar
Jangada do amar (se oriente)
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