Lyrics of 'Baião de Dois' by RAPadura Xique-Chico

Vem, amor, vem cantar
Pois meus olhos ficam querendo chorar
(Ficam querendo chorar)
Deixe a mágoa pra depois
O amor é mais importante a dois

Levanta a poeira desse sertão, rima cabra bom
O povo que vem da seca do chão eterniza meu som
Balança pau de arara, leva esperança, embuleia
Por esse campo, quem era trabalha, nunca para na estreia
Amor que se tem, contém dengo em meu bem
Chamego de alguém, quem? Espera que um dia vem
Alegria, te moio logo, choveu dos óio de Deus
Só dica, escreveu vida, Deus me deu esses cantos meus
Estralei com a minha gente o viver, sente o vento ir dizendo
Repente é quente, tente fazer que a gente vai ver
Arrocha, não afrouxa esse nó, Palhoça fica maió
Danado time, ó, meu suor com tudo que é cafundó
Festeja o sertanejo, é relampejo, trovão de desejo, dó
Arranco e almejo, beijo, não deixo pra depois
Então deixa a seca, tristeza, lamparina acessa alumina a beleza
Feita em letra, receita desse desse baião de dois

Vem amor vem cantar
Pois meus olhos ficam querendo chorar
(Ficam querendo chorar)
Deixe a mágoa pra depois
O amor é mais importante a dois

É casa de reboco e baião, fala, fólio e pião
Zabumba meu calo, talo tá mão, fogo de lampião
Incendeia tudo ao redor, perco em bom forró, bodó
Cabra ligeiro que só, mexe tudo sem dó
Cintura que tura a cultura, costura fura a textura
Cura a costura, criatura mistura tua formosura
É mágoa jogada ao vento, água, sentimento que alaga o meu tempo
Segue a seca, que proteja nosso alimento
Cangaço, guarde a peixeira em bainha, com mão mexerá na linha
Macaxeira mainha, calor que cozinha
No arrastar dos pés fieis fiz em rés papéis
Eu peço é dez em dez, balanço ou dança em cordéis
Menina não escapole, vestido rode, sacode
Rap não é mole, é couro de bode, é forte
É morte em compôs, pois
Pra tudo que é mundo meu canto profundo em tudo
Minuto faço tudo, canto tudo
Sei tudo de nós dois

Vem amor vem cantar
Pois meus olhos ficam querendo chorar
(Ficam querendo chorar)
Deixe a mágoa pra depois
O amor é mais importante a dois

Oi, oi, oi, oi, oi, oi
Oi, oi, oi, oi, oi, oi

Deixa a tristeza morrer, deixa a tristeza pra lá
Deixa o menino correr, em pé ele chega lá
Deixa a tristeza morrer, deixa a tristeza pra lá
Deixa o menino chegar lá

Eu canto nessa estrada para ver meu bem feliz
A cada légua batida uma vida que se diz
Ter a esperança nos zóio para o móio de amar
Depois que o céu chorar nosso sertão vai virar mar

Chora sanfona
Chora sanfona
Chora sanfona
Chora sanfona

Deixa a tristeza morrer, deixa a tristeza pra lá
Deixa o menino correr, em pé ele chega lá
Deixa a tristeza morrer, deixa a tristeza pra lá
Deixa o menino chegar lá
(E teu gemido disfarça
Em minh’alma essa dor)