Lyrics of 'Ataque Lírico (Foda-se o Estado)' by Jonas Lopes

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Os beco é gang, observa sem grana é bang
Nem tenta que nós sustenta
Resistência é essência, raciocínio de favela sobe muro de patrão
Na fortaleza bela forte é a contenção
Por grana de novo quando ver pipoco eles vão atirar
Nazista no gueto tá vendendo pedra
Nem vendo pra ti ele quer te matar

Lá vai ele passando os pano, da fuga no raio é o plano
Negócios da laje comandando os beco
Entupindo de coca meus manos, chega ao ponto de causar revolta
Bate e volta ideia torta chego e meto o pé na porta
Expondo o que não passa na TV
Escrachando o que o governo quer fazer
Alienar, amordaçar ou censurar
Filho da puta colhe imposto e usa pra me calar
Se, do e nem pena furta e nem cumpri pena
Tira da boca de centenas e não passa no Datena

Sem educação da pior forma a rua ensina
Aquele que não escolhe o caminho para na esquina
Supremacia branca, preconceito e cocaína
Se tu colhe o que planta arma na cena do crime
Nunca foi semente imagina a colheita com 80 tiros
Atirando não quer saber em quem, balas perdidas vidas também

Mano favelado é alguém, somos e faremos a revolução
Sou real no corre sempre na função
Enquanto uns brincam de rap game
E esse brilho no fim do tuneo seria a saída ou um tiro
Hoje é mic na mão rap resistência, hiphop arte e cultura
Cê não entendi ou quebra a cabeça
Ontem era peça na cintura, o peso da responsabilidade
Nunca baixou minha postura
Peço que nunca abaixe a tua, e eu perdi tudo
Pra aprender a valorizar
E foi o nada que motivou o sujeito a reconquistar

Tudo que eu tenho só agradeço comecei do zero
Então, tudo que vier é lucro, conheça a si
E ao inimigo e preveja a vitória em mil batalhas
Basta cometer um erro que terá o peso de mil falhas
Então acorda, ouça minha voz, pra enxergar o mau entre nos
Quer um concelho nunca deixe pra depois
Pois pode não haver após, paz eu não consigo sentir
Com tanto sangue regando a terra
E o silêncio que fica é o luto e a destruição pós guerra
Lembra o ditado se morrer enterra, o sábio cala seu cano berra
Do que adianta ter isso é a chave canta
O que não vive e as portas se fecha

É morto no frigorifico pilha de corpos a céu aberto
Genocídio autorizado, quarentena na selva de concreto
É falta de leito a disposição, enquanto isso me diz sua posição
Quanto a governo e sem carreata e tiazinha trampando sem opção
Qual sua preocupação se a academia abre hoje ou não
Se a faxineira vem hoje ou não, o mundo acabando
E cês pensado em ir no salão, enquanto uns precisa trampar
Pra família poder comer, enfrenta o transporte lotado
Encarando sempre o medo de morrer
Entre a cruz e a espada, trabalhador brasileiro

Que sempre foi o tirado, aquele que morre primeiro
Governo conseguiu até transformar a bandeira em vergonha
Bom mesmo será se o bozo e os filhos entrassem em coma
Me pergunte porque tanta morte se o tema é quebrada
Infelizmente o sistema fez dessas palavras associadas
Mais se eu penso na quebrada, penso também em alegria
Em vários sorrisos que não se apagam
Nem com o peso dos dias, até porque quebrada
Tá muito além do espaço geográfico, ela tá na lembrança afetiva

Em todos os laços e abraços
Hoje a minha mensagem tá nas quebradas do ceara
Nunca pensei que tão longe um dia a minha voz iria chegar
Desde quando deixei a minha coroa lá no centro oeste
Hoje tô colando em cypher até no nordeste
Que é pra tu ver que o que é nosso tá guardado
É só correr atrais foda-se o estado

O clima tá tenso pesado pais fudidespedaçado
Fogo cruzado quebra de braço, culpa do bozo arrombado
Só treta, treta em todos jornais, nas redes sociais
O pais dividido virando rivais, só atraso nos trais
Rimando contra a mare, pensa que faz o que quer
Ei para tudo observa ele dando tiro no próprio pé

Se tem uma praga contagiando o nego combati essa peste
Tanto o corona como ele o vírus 17, só corrupção a grana no jogo
Sempre fala mais alto, eu de olho vivão forte varão
Mentalmente armado, chegando pesado
Municiado os grave batendo no talo
O rap é labuta eu sigo minha luta esse é meu legado
Deixo minha marca planto o bem e a colheita vai vir
Favela eu sou por você e vocês eu se sei que são por mim
Unido somos mais fortes então parem de se matar
A paz é a chave do crescimento o jogo é se adiantar

Vê se me escuta não foge da luta
Não faço campanha pra filho da puta
Nunca se iluda com engravatado é cheque sem fundo
É promessa fajuta com sistema que quer te enganar
Quer te vender, que quer te comprar, te alienar, te hipnotizar
Pra mais quatro anos te escravizar
Quer o fim da favela não luta por ela
Só quer que se foda quem reside nela

O boy que aplaude e não nega, a realidade dele não é miséria
Que se foda seu mito, não acredito
Falo e não minto, entenda o que eu sinto
Só faz discurso ridículo, capitalista arrombado maldito
O gigante acordou depois dormiu, na pátria armada chamada Brasil
Criança portando um fuzil, a culpa é de quem só tirou e não investiu
Sem educação mais um bandidão sequestra, atira
Leva pro caixão, mais um avião segura um oitão

Trafica nas áreas não tem opção
Vivemos no fim não vim te alegrar
O que eles querem é ver nós se matar
Mais eu vou protestar não vou me calar
O rap é o antídoto e eu não vou parar
Eu vim pra somar, não posso moscar
Favela no topo, nordeste é meu lar
E eu vou caminhar representando minhas áreas
Só fé pra quem acreditar
Papo reto

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