Lyrics of 'Pobrema Cardíuco' by Jessier Quirino

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Mas, cumpade véio, eu vou dizer um negócio a vocês!
Uma coisa que num inziste no sertão é pobrema cardíuco.
O pobrema cardíuco é uma doença que se adquere com o vírus da letra "i": Imposto de renda, iptu, icms, implacamento de carro, ingarrafamento e istresse!
Essas são as palavra que causa pobrema cardíuco.
E no sertão num tem essas palavra
Aí mãe disse
Pêdo tu cuida no teu pobrema cardíuco, que tú tá passano da idade!
Aí eu fui pra Campina Grande, procurar um doutor coraçãozista
O doutor mandou eu desembestar em cima de uma correia, com duas bengala pra segurar
Aí eu subi na correia e ele começou a botar a correia pra desembestar, e eu desembestei em cima da correia, eu disse: "bote correia!"
Aí ele butou correia e eu comecei a desembestar. O doutor disse
Tá cansado?
E eu disse
Oxente! E houvera de eu me cansar com um correia? Se eu vou todo dia no alto do bode buscar lenha, se eu vou todo dia no riacho dos caçote buscar água, houvera de eu me cansar com um correia? Bote correia doutor!
Aí o doutor butou correia, butou correia, butou correia
Aí eu desembestei em cima da correia, e fiquei lá, e fui na pisadinha, na pisadinha, na pisadinha
Quase que eu mato a correia de cansaço. Ela ficou toda mole, botou pra esquentar, o doutor disse
Senta aqui nessa cama
Butou umas chupetinha nos meus peito, ligou a televisão do computador, e eu assisti meu coração fon-cio-nando!
A coisa mais linda do mundo é um coração foncionando
Aparece na telinha assim uns risquim pra cima e pra baixo
Um trisco, um pum e uma linha, um trisco, um pum e uma linha, um trisco, um pum e uma linha, o doutor me deu o resultado num papé, eu botei numa moldura e dei de presente a mãe
Mãe butou na parede de lado do coração de Jesus, o coração de Jesus com uma coroa de espinho, e o meu com um trisco, um pum e uma linha
Passado uns 5, 6 mês, aí mãe disse
Ô Pêdo! Tú sabe quem tá vindo pro sertão pra disanuviar de um pobrema cardiuco? Aderado, teu primo
Aí eu disse
Ah, mãe! Aderado foi pra São Paulo quando era menino, o pau que mais tem em São Paulo é o vírus da letra "i": ingarrafamento, istrésse! Essa palava istrésse é de São Paulo! Todo mundo lá tem essa palava istresse, mãe! Eu só conheço um nordestino que foi pra São Paulo que num pegou essa palava istresse. Foi Luiz de Lindú. Luiz de Lindú só teve um istresse na vida. Foi quando ele cortou o dedo. Cortou o dedo num acidente, aí pronto, ficou por alí, vai e coisa, aí começou: a fundar sindicato, fazer greve, bater de frente com patrão, fundar partido, tomar cachaça, chegou a presidente da república e num tem pobrema cardíuco, mãe! Mar diga a Aderado que venha simbora, diga a Adeirado que venha simbora!
Aí nisso, Aderado chegou. Eu disse:
Aderado, o que foi que tú tivesse em São Paulo?
Ele disse
Eu tive um pobrema cardíuco, o doutor fez um caceterismo, e disse que eu num tivesse istresse e que comesse uma comida rica em ferro!
Aí eu disse:
Você veio pro lugar certo! Porque o sertão num tem istresse, você vai tomar sopa de feixo de mola de caminhão,suco de radiador de rural, e mãe vai fazer sandáia japonesa no leite de coco que é rica em borracha. Você vai ficar com o coração novo. E nóis vamo fazer coisa qui num dá istresse: pastorar passarim em barde de açude e pescar
Nóis tava no riacho dos caçote pescando, quando eu dei por fé, Aderado: "puf"! Teve um piripaque. Eu disse:
Meu Deus do céu! Aderado vai ter um pobrema cardiuco!
Ele levantou e disse:
Não, Pêdo, eu num tive um pobrema cardiuco. Eu tive um istresse!
Eu disse
Que diabo de istresse, Aderardo? Tú num sabe o que o sertão num tem essa palavra istresse? O sertão é mais tranquile do que Nossa Senhora rezando, balançano os pés numa nuve!
Ele disse
Eu tive um istresse com essa cascavé, que tá nos meus pés balançando o maracá!
Marrapáis,quando eu olhei pra os pés de Aderado, tinha uma cascavé da grossura de um vrido de ineiscafé! Eu tive uma raiva tão da mulesta dessa cascavé, rapaz! Porque foi uma irresponsabilidade dela! Tá intendendo? As cascavé num rái de dezoito légua da fazenda do meu pai , elas tudim conhece os Rudrigue de Medero e num tinha nada qui essa cascavé tá nos pés de Aderado, que ela sabe que Aderado é Rudrigue de medero e sabe que Aderado é meu primo! Aí eu botei um olhá de guerra pra cascavé! Quando ela viu meu olhá de guerra, aí disse:
Éé... porque num sei quê
Eu disse
Num sei quê, não! Você tá errada!
Ela disse
Nam, que num sei quê
Eu disse:
Você tá errada!
Aí ela queria correr. Quando ela preparou pra correr eu botei o pé.
Aí ela subiu pra me morder, rapaz! Aí eu dei de garra com ela com a mão, peguei ela assim pelo pescoço dei-lhe umas tapa nas zoreia e disse
Cascavé (tump!), fila da puta! Tú quer me matar de veigonha (tump!), quenga safada? Tú quer que o povo pense que Riacho dos Caçote é o rio Tietê (tump!), e que esse barde de açude é a Avenida Polista (tump!), quenga safada? Tú num sabe que Aderado tem pobrema cardiuco (tump!)? Aí ela botou a linguinha pra fora e disse
Desculpe!
Rapaz, Aderado fez: "vuuuup"! Rapaz, ele deu um pique tão cachorro da mulesta que encheu o bolso da camisa de terra e ralou a oreia no chão. Chegou lá no posto de saúde botando os bofe pra fora. Aí o doutor disse
O senhor tá sentindo falta de ar?
Aí ele disse
Não! Eu to sentindo é falta de São Paulo!
Aí nisso eu fui chegando
É deixe,deixe,deixe ele ir pra São Paulo, deixe ele ir pra São Paulo. Porque um cabôco que num pode ver uma cascavé pedindo desculpa a um sertanejo, um caba desse tem mais é que tá em São Paulo. Deixe ele ir, ,deixe ele ir.
Aí pronto, Aderado foi simbora. Aí nisso o doutor me chamou:
Ei vamo acertar as conta?
Eu disse
Vamo!
Aí o doutor disse
Tem prano de saúde?
Eu disse
Tem não! Eu num tinha prano de adoecer!
Aí ele disse
Home! Quer saber de uma coisa? Vá simbóra! Vá simbora!
Aí eu disse
Oxente! Parece que pegou ar!

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