Lyrics of 'Meu Templo' by Alice Guél

Vida
Vida
Vida
Agora é vida

O meu templo tem cara de desejo, tem
O meu templo tem cheiro do pecado, tem
O meu templo tem carência e saudade
O meu templo tem simplicidade

Então cuidado, moço
Que atrás do meu rosto existe muito desgosto do gosto do seu corpo
Tem também muitas memórias, guerra, sangue
De várias pretas, várias tretas
E como pode perceber, essas marcas que tu vê
É só um pedacinho do rolê
E eu poderia falar procê
Mas por quê? Mas pra que?
Se tu nem se esforça a entender
E eu já tô cansada de ser enganada, amada
Manipulada por manos como você
Que me lançam um sorriso falso
E eu solitária já abro os braços de novo e me embarco nesse jogo
Onde eu me perco e te acho de novo
Eu te beijo e me acho
Eu te tenho, daí eu me acho
A mais linda princesa do gueto pique uma donzela
Deixo de ser Alice e viro sua Cinderela
E depois do beijinho, o jantar à luz de velas
Bem do jeitinho que eu vi nas novelas
Então, neguinho, já que tu diz me desejar
Me ajuda a confiar e acreditar nessa sua pira louca, louca, louca
Me ajuda a desejar essa sua pira louca
Me ajuda a confiar nessa sua pira louca
Me ajuda a acreditar, vai, nessa sua pira louca que é me amar
E agora eu quero ver tu me mostrar se é capaz
Cumprir sua promessa e me fazer pensar mais
Sobre esse rolê de empatia, afeto, companhia
E quem sabe me arriscar nessa tal de monogamia

E ele diz "quero casar com você
E te tirar da rua
Vem ser o meu bebê, te quero inteira nua
Vou te fazer gemer uivando pra lua
Porque olhos iguais aos seus eu nunca vi
Quero os seus lábios juntos dos meus e cola eles bem aqui
Você que me acendeu, não vou te trair
Tô pronto pra ser seu, tá pronta pra partir daqui?"
Mas eu tiro a minha roupa esperando beijo e nada
Mostro as minhas deusas pra você e nada
Te seduzo como eu nunca fiz e nada
Olho no fundo dos seus olhos e ainda não vejo nada
Foi só gozar pra novela terminar
Foi só sentir satisfação pra começar a resmungar
Não me tocou, nem deu prazer
E ainda fica puto quando disse que cobrava, vai entender?
Mas cadê o mano que me bancava?
Cadê o mano que dizia que me amava?
Era só me ver descer e subir que já pirava
Agora me comparo com Geni que foi amaldiçoada
Apedrejada por ser free, por não querer servir
Querer sentir

Transar, gozar, amar, viver
Transar, gozar, amar, viver

Mas menino, eu sinto, meu coração bate sinistro
Presta atenção e abaixa logo essas mãos
Porque esse corpo é meu e não é seu
Esse corpo, ele é meu céu
Eu já nem quero nem saber, vai ser como eu quiser, se
Deixa eu te mostrar o tamanho do meu poder
Você não ta entendendo
Tem uma estrela aqui dentro que grita a todo momento
Digerindo todos esses tormentos
E as verdades não ditas
E vai ter gente, eu sei, que vai dizer que são só piras
Mas fazer o quê, né?
Minha mãe me disse pra tomar cuidado com esses mané!

Transar, gozar, amar, viver

O meu templo tem cara de desejo, tem
O meu templo tem cheiro do pecado, tem
O meu templo tem carência e saudade
O meu templo tem simplicidade

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